Minha religião: não ter uma religião


Painel da Igreja Santa Rosa de Lima, de Antônio Carelli (Foto: Reprodução )

Vou escrever algo bem pessoal agora, fruto do que vivi há anos. Quando a gente perde o encanto por algo ou deixa de ter fé nessa coisa, a gente começa a sentir espécie de raiva. Raiva dela e da gente, que acreditou nela por tanto tempo. E se a pessoa for assim, tão apaixonada como eu costumo ser, a vontade de gritar ao mundo que aquela coisa é o máximo, transforma-se em vontade de dizer para o mundo que aquela coisa é falsa. A crítica  fica ainda mais ferrenha se você descobre o endereço certo de onde veio a mentira, na qual você acreditou. Pois bem, falemos mais claramente: foi estudando Teologia, lendo a Bíblia e traduzindo os textos dela, a partir de suas línguas originais, que descobri que a teologia é invenção, que as doutrinas são interpretações interessadas, que os dogmas são verdades exclusivas e fechadas, igualmente, interessadas e que tais interesses tem relação com manipulação, poder e arrogância

Manipulação de pessoas que se auto intitulam lideranças instituídas por deus, poder que essas pessoas querem usufruir para permanecerem controlando outras e, arrogância, porque se consideram melhores do que a maioria, tanto que justificam suas fanfarronices usando a autoridade do nome de deus.Daí a gente sente ódio. Daí que o ódio nos leva a fazer generalizações. Daí que as generalizações invisibilizam os bons, poucos, eu sei, mas que existem. 

Cheguei onde quero: existem crentes bons. 

Crentes bons no pentecostalismo, crentes bons no Islã, crentes bons no catolicismo e crentes bons na maioria das religiões. As generalizações são complicadas. Elas tendem a passar por cima da sinceridade da fé de algumas pessoas. Se a Ciência da Religião desconstruiu meu mundo celeste e me jogou no abismo da falta de sentido, também me ensinou a respeitar o sentido religioso, que para algumas pessoas a fé possibilita. Sigo em frente, sem terror por causa da falta (eu a preencho com amor), tentando costurar retalhos e conhecer cada vez melhor esse mosaico colorido que é a religião.... suas texturas, cheiros, cores... sentidos. Por agora, melhor religião é não ter religião.

Comentários

  1. Eu também mim sentir a sim como a senhora professora bem colocou desencantado com o mundo religioso sobretudo pentecostal aonde vive 18 anos parece que quando eu era ignorante eu era mais feliz mais não trocaria a pouco felicidade que a verdade dos fatos mim trouxe por esta fantasia do mundo da magia pentecostal mais é verdade nossa tendência é não mais respeitar fé daqueles que ainda acreditam nesta magia e na religião este texto mim ajudou a respeitar as pessoas querem ter qualquer tipo de fé.

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